Governantes locais de todas as regiões do país encerraram nesta quarta-feira, 9, a Plenária da 76ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Os debates seguiram na pauta da agenda municipalista, com encaminhamentos para ações de articulação e mobilização no governo federal e no Congresso. Mudanças na Lei de Probidade Administrativa, assistência social, educação, saúde, cultura, finanças, inovação, mobilidade urbana e políticas públicas para população LGBT foram alguns dos temas discutidos.
“O meu papel aqui é manter a temperatura aquecida, é ser a interface dos senhores na Câmara. Isso porque, já tendo sido prefeito, conheço de perto as necessidades aqui expostas. E é preciso destacar, também, que o momento é favorável, tendo em vista que o presidente da Casa (Rodrigo Maia), é altamente comprometido com as causas municipalistas”, garantiu o deputado Vinícius Farah.
Segundo o presidente da FNP e prefeito de Campinas/SP, Jonas Donizette, a atuação da entidade também vai seguir com foco no aprimoramento das políticas públicas para a população. “As nossas decisões aqui, que direcionam o trabalho da FNP, são fruto das demandas que os senhores nos apresentam e que, sabemos, são desafios enfrentados no dia a dia da gestão”, destacou o prefeito de Campinas/SP, Jonas Donizette, presidente da FNP, em referência às sugestões apresentadas pelos representantes de fóruns e redes de secretários e dirigentes municipais.
Probidade Administrativa“O enfraquecimento do prefeito é o enfraquecimento de uma cidade”. A declaração do prefeito de Santana do Parnaíba/SP, Elvis Cezar, definiu o sentimento dos prefeitos. O grupo defendeu o aperfeiçoamento da Lei de Improbidade Administrativa e a necessidade que a pauta seja tratada como prioritária na agenda da entidade.
Em sua intervenção, o prefeito de Jacareí/SP, Izaías Santanna, voltou a falar sobre o impacto do artigo 11 da Lei 8.429/1992 nas gestões municipais. “As gravidades dessas sanções são tantas que só há uma postura a seguir: defender a revogação do Artigo 11”, falou o prefeito, que também é procurador jurídico de São Paulo/SP.
CongemasAndreia Lauande, secretária municipal da Criança e Assistência Social de São Luís/MA e presidente do CONGEMAS, alertou para as consequências da redução de receitas para a área de assistência social. “Precisamos pautar essa agenda permanentemente, porque são políticas voltadas para a população mais vulnerável”, disse.
Conasems“Gerir o SUS é reafirmar o pacto federativo”, destacou o Wilames Freire, secretário municipal de Pacatuba/CE e presidente do fórum CONASEMS. No debate, as prioridades demandadas foram o combate à dengue e o programa Médicos pelo Brasil.
CulturaPara fortalecer a pauta de Cultura nos municípios, a alternativa apresentada foi o repasse de recursos da Loteria para o fundo. Segundo Ney Carrasco, secretário de Cultura de Campinas/SP e presidente do fórum de cultura, é fundamental reconhecer o setor também como uma área econômica.
InovaçãoDebatida em vários pontos da plenária, a inovação deve ser avaliada como um “ponto crucial para o desenvolvimento dos municípios”, segundo Cris Alessi, presidente da agência de desenvolvimento e inovação de Curitiba/PR e presidente do fórum InovaCidades. Os encaminhamentos foram apontados no sentido de ajudar os municípios a instituírem leis para o setor, como é o caso da instalação de antenas de celular.
Acesso Mais SeguroPara ampliar o apoio aos municípios, a FNP assinou um memorando de entendimento com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) sobre o programa Acesso Brasil Mais Seguro. Segundo o chefe da delegação regional do CICV, Filipe Costa Galo Tomé de Carvalho, o programa tem a meta de reduzir o impacto da violência tanto nos profissionais expostos a esse tipo de situação, quanto nos serviços prestados nas cidades. “Nós estamos a apoiar. O verdadeiro trabalho é feito pelos municípios, pelas secretarias”, disse.
Atualmente, desenvolvem o programa as cidades Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Porto Alegre, Fortaleza, Florianópolis.
COP 25A COP 25, que será realizada no Chile, também esteve na pauta da 76ª Reunião Geral da FNP. “O grande diferencial desta edição da Conferência é a oportunidade de qualificar a participação dos municípios nesses marcos que configuram os compromissos nacionais frente ao Acordo de Paris”, destacou o secretário-executivo do Iclei, Rodrigo Perpétuo. Segundo ele, o Iclei está apoiando uma série de pré-agendas para mobilizar prefeitos e gestores brasileiros a participarem do evento.
Perpétuo também mencionou o Pacto das Cidades Amazônicas, iniciativa que busca modelos econômicos sustentáveis e pediu o apoio da FNP na pauta.
Visita técnicaApós os debates da Plenária, os prefeitos participaram de uma visita técnica à Rua Miguel Calmon, revitalizada no conceito do projeto da FNP com o WRI Brasil, Ruas Completas, e às obras do novo Centro de Convenções de Salvador.
De acordo com o prefeito anfitrião, a requalificação dos espaços urbanos faz parte de uma política de investimentos em infraestrutura. "As prefeituras podem ter o papel na ativação econômica dos municípios. Hoje, o nosso objetivo foi mostrar um pouco desse trabalho aqui em Salvador e esperamos que os prefeitos tenham se inspirado e possam reproduzir boas práticas nesse sentido em suas cidades", declarou ACM Neto.
Ruas CompletasO projeto Ruas Completas é uma iniciativa da FNP e o WRI - World Resources Institute para disseminar o conceito de ruas completas e adequar espaços urbanos para os diversos públicos e usos (transporte público, pedestres, drenagem, comércio, acessibilidade). A iniciativa está em implementação em 18 cidades. A Rua Miguel Calmon, em Salvador, foi inaugurada em setembro de 2019.
Redator: Bruna Lima e Lívia Palmieri
Editor: Paula Aguiar