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Representantes de mais de 40 cidades participam de construção conjunta da pauta da FNP

Representantes de mais de 40 cidades participam de construção conjunta da pauta da FNP

Educação, transporte público, reforma tributária e INSS são alguns dos itens elencados como prioritários

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) reuniu, nesta quinta-feira, 13, governantes de cidades com mais de 80 mil habitantes para construir uma pauta federativa a ser trabalhada junto ao Congresso durante este semestre. Representantes de mais de 40 municípios elencaram como prioridade temas que dialogam com a atual conjuntura que o país atravessa, que perpassa pelas consequências da pandemia ocasionada pela COVID-19. O conteúdo será detalhado e apresentado, na próxima semana, aos presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia, e do Senado, senador Davi Alcolumbre.

Temas presentes nas discussões promovidas pela FNP, as dificuldades de aplicação do mínimo Constitucional em Educação (25%) e alternativas para subsidiar o transporte público, em 2020, também foram entendidos pelos prefeitos como itens prioritários da pauta. “Essa questão é um exemplo do que aconteceu em 2020. Nosso pacto federativo não funcionou”, comentou o vice-presidente da FNP, Firmino Filho, prefeito de Teresina/PI, que conduziu a reunião. Esse tema estará em debate amanhã, 14, durante a 5ª rodada do Seminário Rodada de Semestre. 

Recursos para a manutenção do transporte público também, principalmente porque está em vias de ser votado o Projeto de Lei 3364/2020, sobre programa emergencial que repassa R$ 4 bilhões a estados e municípios. “O transporte coletivo hoje é um problema sério. Diminuição de passageiros, sem chance de aumentar preço de passagem, empresas pedindo subsídio... Como nessa crise a gente vai conceder?”, questionou o prefeito de Uberaba/MR, Paulo Piau.

Fechamento de contas
Com a proximidade no final dos mandatos, uma das preocupações dos prefeitos é com o fechamento de contas. Edinho Silva, que governa Araraquara/SP, chamou a atenção para a necessidade de suspensão no pagamento de precatórios e do recolhimento retroativo do INSS, para municípios que fazem parte do Regime Geral de Previdência.

“Naquele momento quando se decretou estado de calamidade, nós, na pressão que já estávamos vivenciando com o aumento de custeio previsível, aceitamos as condições impostas pelo governo, mas nesse momento é inexequível municípios estarem recolhendo INSS do mês atual e do mês que tivemos a suspensão”, afirmou.

Na avaliação de Firmino Filho, as médias e grandes cidades não foram devidamente contempladas pelas políticas oficiais neste ano. “Municípios pequenos foram compensados e alguns mais do que compensados, no meio desta crise, principalmente aqueles que sobrevivem com FPM. Os médios e grandes, não tiveram o mesmo tratamento, justamente por isso estamos passando por essa crise financeira”.

Reforma Tributária
Sem abrir mão do ISS, o imposto do futuro, como é considerado pelos prefeitos, dirigentes da FNP apoiam, de maneira geral, a proposta do governo. O vice-presidente da FNP chamou a atenção para duas PECs que estão em tramitação no Congresso que, “eventualmente, podem prejudicar os municípios ao incorporarem o ISS com outros impostos de valor agregado”. Nesse sentido, a FNP defende uma reforma que mantenha o ISS sob a autonomia dos municípios, que são demandados diretamente pela população.

Outras pautas
Ainda como prioridade, a FNP vai defender a instituição de um marco regulatório para entidades de representação de municípios no país (PLS 486/17) e, com ressalvas, o PL que moderniza a legislação da Improbidade Administrativa.