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Prefeitos da FNP se reúnem por videoconferência com ministra da Agricultura

Prefeitos da FNP se reúnem por videoconferência com ministra da Agricultura

Chefe da pasta garantiu que não há problemas de abastecimento no país

Apreensiva com um possível desabastecimento e com o mercado do agronegócio neste momento de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) se reuniu nesta quinta-feira, 9, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O encontro virtual, que já é o terceiro realizado pela entidade com o governo federal desde o início da crise, contou com a participação dos prefeitos de Campinas/SP, Jonas Donizette; Uberaba/MG, Paulo Piau; Teresina/PI, Firmino Filho; e de Aracaju/SE, Edvaldo Nogueira.

Sem deixar de reafirmar o posicionamento de manter o isolamento social como medida imprescindível para evitar a proliferação da COVID-19, os governantes locais manifestaram preocupação com a manutenção dos serviços essenciais, sobretudo no que diz respeito à produção de alimentos e insumos agrícolas. Segundo o vice-presidente de Agronegócio da FNP, Paulo Piau, é fundamental que haja uma “linha mestra de conduta, um comportamento padrão”. “O que temos visto é cada um tomando um rumo, o que não tem trazido efetividade alguma. Em Patrocínio (município mineiro), fecharam uma fábrica inteira de insumos agrícolas. Isso não é razoável e certamente vai refletir na cadeia de abastecimento”, ponderou.

O presidente da FNP, Jonas Donizette, chamou a atenção para a necessidade de uma campanha para vacinação dos caminhoneiros. “Sabemos que eles são parte fundamental do abastecimento e estão correndo o risco de se contaminarem e contaminarem outras pessoas”, pontuou Donizette. Ainda segundo o prefeito, há que se pactuar também as medidas a serem adotadas nos supermercados, que em muitas cidades ainda registram aglomerações de pessoas que facilitam a transmissão do vírus.

Conforme vem declarando à imprensa, a ministra Tereza Cristina reafirmou que “o problema não é o abastecimento. A questão que demanda cuidado é a distribuição”, razão pela qual defende a manutenção dos serviços essenciais. “O caminhoneiro precisa parar em um posto de gasolina e ter onde fazer a sua higiene e comer”, disse. De acordo com a ministra, a pasta tem trabalhado para garantir a maior normalidade possível diante dos desafios impostos pela pandemia.

Uma das ações do ministério é a Portaria 116/2020, que “dispõe sobre os serviços, as atividades e os produtos considerados essenciais pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o pleno funcionamento das cadeias produtivas de alimentos e bebidas, para assegurar o abastecimento e a segurança alimentar da população brasileira enquanto perdurar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia da COVID-19”.

Entre as medidas mais recentes, tem destaque também um documento com “Recomendações para comercialização de produtos alimentícios em feiras livres, sacolões e varejistas”, editado em conjunto com o ministério da Saúde e a Vigilância Sanitária. Segundo a ministra, o objetivo é orientar os prefeitos de modo que esses serviços possam ser mantidos sem configurar riscos à população.

“Estamos também acompanhando os casos de prática de preços abusivos, que é o que temos visto agora em relação ao ovo. Ontem, anunciamos a prorrogação das amortizações de financiamentos de custeio e de investimentos, vencidas e não pagas e que iriam vencer até 15 de agosto de 2020. Nós estamos trabalhando e tudo tem sido avaliado e discutido, então, o que vocês precisarem, saibam que podem contar comigo”, concluiu a ministra.