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FNP defende auxílio federal permanente para manutenção do transporte público

FNP defende auxílio federal permanente para manutenção do transporte público

Assunto foi pauta de reuniões com presidente da Câmara, Arthur Lira, e ministro Rogério Marinho

Para fazer frente às dificuldades no financiamento do transporte público urbano no Brasil, a diretoria da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) apresentou nesta quinta-feira, 7, uma proposta emergencial que considera a instituição de um auxílio federal para sustentar as gratuidades oferecidas a idosos. A pauta foi discutida em duas agendas, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Governantes de cidades populosas relataram problema histórico de financiamento do serviço. No entanto, reforçaram que a situação está evidenciada pela pandemia. Entre as medidas adotadas de prevenção contra o novo coronavírus, está a redução de usuários e a manutenção do número da frota. “Esse déficit, inviabiliza o financiamento do setor”, comentou o presidente da FNP, Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju/SE.

Segundo o prefeito de Salvador/BA, Bruno Reis, vice-presidente de PPPs e Conceções da FNP, quando são oferecidas isenções, “o usuário comum paga a conta”. “Por isso precisamos que seja editada uma Medida Provisória pelo governo federal que repasse recursos às cidades na proporção do número que idosos”, comentou.

A proposta da FNP é a instituição de um auxílio federal permanente, na ordem de R$ 5 bilhões/ano, para sustentar as gratuidades dos idosos acima de 65 anos. Conforme o secretário-executivo da entidade, Gilberto Perre, a lógica de transferência desse recurso para os municípios é em função da população idosa de cada município que tem transporte urbano estruturado. “O FPM de fato não é um mecanismo adequado para a transferência de recursos para essa finalidade, uma vez que repassa valores maiores per capita a menores cidades, onde em geral não tem sistema de transporte estruturado”, explicou.

Diante das dificuldades, o prefeito de Osasco/SP, Rogério Lins, vice-presidente de Empreendedorismo, destacou os aportes pontuais feitos por algumas cidades diante da situação emergencial do setor. “A defasagem entre receita e a despesa é brutal”, frisou o prefeito de Ribeirão Preto/SP, Duarte Nogueira, vice-presidente de Relações com o Congresso Nacional. Segundo o governante, em 2020, Ribeirão Preto teve um prejuízo de R$ 34 milhões e, neste ano, aportou R$ 17 milhões para o serviço não paralisar.

Os prefeitos de João Pessoa/PB, Cícero Lucena, e de Maringá/PR, Ulisses Maia, secretários Nacionais da FNP, avaliaram que o caminho deve ser pela redução de custos. “O transporte coletivo tem que ter a tarifa reduzida”, disse Ulisses, que também defendeu o apoio do subsídio para a manutenção do serviço.

“Os três entes têm que se envolver nessa equação”, opinou o prefeito Cícero. No caso da capital paraibana, o prefeito relatou que para manter o preço da passagem até dezembro deste ano, a prefeitura zerou o ISS e o estado diminuiu o ICMS sobre o combustível. “Como forma de assistência ao idoso, se o governo fizer isso, dá para a gente segurar um pouco mais a questão do estudante, do deficiente, da Política Militar. A gente tentar adiar enquanto se encontra alternativa mais estruturante”, considerou Lucena.

A pedido de Marinho, a proposta será encaminhada formalmente ao Ministério do Desenvolvimento Regional e será avaliada e comentada pela assessoria técnica da pasta até a próxima semana. “Nós nos propomos a trabalhar em conjunto, mas a alavanca desse processo é o parlamento”, disse o ministro. “Somos parceiros e tentamos muito ajudar ano passado”, falou o Ministro. De acordo com ele, com a estratégia definida, é possível que a pasta aposte na pauta junto ao parlamento e ao Ministério da Economia.

O assunto também foi apresentado ao presidente da Câmara, Arthur Lira. “Apresentamos a ideia de que é preciso que a gente encontre uma saída para o transporte coletivo nas cidades”, contou Edvaldo que reforçou ao parlamentar a dificuldade das cidades, que estão lidando com a diminuição no número de passageiros.

Outros assuntos
Além das questões relativas à mobilidade urbana, os prefeitos também abordam com Arthur Lira alternativas para enfrentar a pandemia e o pós-pandemia. Segundo o presidente da FNP, o orçamento federal para as ações de saúde em 2021 apresentam um déficit de mais de R$ 40 bilhões.

A manutenção, na Reforma Tributária, do ISS como imposto dos municípios, tal qual a proposta do Simplifica Já, apoiada pela FNP, também foi assunto com o presidente da Câmara. “Ouvimos uma aceno muito importante de que vão abrir discussão para que a gente possa trabalhar numa proposta importante para os municípios”, disse Edvaldo. Os prefeitos também levaram à consideração do deputado a preocupação com o cumprimento do mínimo constitucional de 25% na Educação.

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Os assuntos tratados neste texto estão localizados no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis. Saiba mais aqui.