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Crise no transporte coletivo na pandemia abre debate da 99ª Reunião do Fórum de Mobilidade Urbana

Crise no transporte coletivo na pandemia abre debate da 99ª Reunião do Fórum de Mobilidade Urbana

Encontro virtual reuniu entidades do setor de mobilidade nesta terça-feira, 20

O transporte público em meio à pandemia continua sendo um gargalo para os municípios brasileiros, que já enfrentam problemas no sistema há anos. O assunto foi um dos temas da 99ª Reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, promovida pela Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), nesta terça-feira, 20, com apoio da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

O evento virtual reuniu entidades do setor para traçar um perfil e levantar possíveis soluções para o sistema de mobilidade urbana no Brasil. A partir da provocação “A crise no transporte público: estamos indo para o colapso?”, o presidente da FNP, Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju/SE, destacou que o debate é essencial, mas que é preciso tirá-lo do papel.

“A discussão ainda fica muito em termos genéricos, precisamos de um plano mais concreto, uma proposta mais real e objetiva. É preciso discutir o papel de cada ente e de cada um nesse sistema de transporte no Brasil e encontrar solução de curto, médio e longo prazo”, declarou Nogueira.

Na opinião do prefeito, que está em seu quarto mandato pela capital de Sergipe, o modelo brasileiro de arrecadação do transporte coletivo é ultrapassado. “Esse tema é discutido há tempos pelas prefeituras. É um debate complexo, por isso precisamos dividi-lo em partes. É preciso pensar no sistema nesse momento de crise, em que houve um impacto enorme gerado pela pandemia; pensar em como esse sistema foi planejado, em que a remuneração é pela quantidade de passageiros que circula por quilômetro rodado; e pensar na gratuidade dentro do transporte, pois quem paga a conta são os mais pobres – e isso é incoerente. ”

Sobre a gratuidade de passageiros no transporte coletivo, o líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado Ricardo Barros, defendeu que a conta deve ser dividida entre o sistema e o ente que propôs o passe livre. “Se retirarmos o ônus da gratuidade ou se ela for rateada, o sistema se tornará mais competitivo. Quem dá a gratuidade tem que assumir a responsabilidade. Se resolvermos isso agora, teremos redução significativa de tarifa e conseguiremos recuperar passageiros agora e depois da pandemia”, opinou o parlamentar.

Barros disse ainda que “o problema do transporte coletivo é invisível para a sociedade. Esse é um desafio, é preciso mostrar o problema para a população. Para gerar engajamento de causa é preciso ter visibilidade”, disse.

Edvaldo Nogueira endossou o discurso do deputado sobre medidas mais rápidas e concretas, mas afirmou também que “não podemos abrir mão de discutir um plano a longo prazo. ” “Somos um país de muitas desigualdades ainda e a FNP está disposta a contribuir com o debate. Precisamos enfrentar o problema e inclusive apresentar soluções fora da caixa, alternativas diferentes”, sinalizou.

O evento contou com a participação de representantes da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).

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Os assuntos tratados neste texto estão localizados no Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis. Saiba mais aqui.