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Bruno Covas e Beto Preto se reúnem com governo federal para tratar do pagamento de precatórios

Bruno Covas e Beto Preto se reúnem com governo federal para tratar do pagamento de precatórios

Aguardando há mais de nove meses pelo cumprimento do regime especial para pagamento de precatórios, prefeitos estiveram em Brasília/DF, nesta quinta-feira, 13, para três agendas com representantes do Governo. A implementação de linha de crédito especial, além da liberação dos depósitos judiciais para contribuírem com o pagamento de dívidas antigas estiveram nas declarações dos prefeitos de São Paulo/SP, Bruno Covas, e de Apucarana/PR, Beto Preto, dirigentes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

Com o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, os governantes lembraram que, a linha de crédito especial já era para estar em operação desde junho deste ano. “O governo deve oferecer e não regulamentou em seis meses, conforme a Emenda aprovada em dezembro do ano passado”, disse Covas.

O prefeito da Capital Paulista referiu-se à Emenda Constitucional 99, sancionada em dezembro de 2017, em que diz que a União teria seis meses para viabilizar essa oferta. “Vou transmitir ao presidente Temer essa demanda e já me coloco à disposição para tentar acelerar o processo. Vamos fazer com que isso seja cumprido”, garantiu Marun aos prefeitos.

A preocupação também foi reafirmada à secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, e ao secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Eles alegaram que para viabilizar a linha de crédito é necessária uma regulamentação legal. Para isso, os representantes da FNP sugeriram a edição de uma Medida Provisória, para acelerar a implementação.

Uma parte dos municípios sofre com essa dívida. É o caso de São Paulo/SP, que tem R$ 18 bilhões em estoque de precatórios. Diante disso, o secretário de Relações Institucionais de Macapá/AC, Asiel Araújo, afirmou que a situação é de desespero e que deve ser resolvida com urgência. “Acredito que se começarmos a operar isso agora, reduzindo a dívida das cidades, renegociando, usando todos os instrumentos, o impacto é imediato para que a gente possa contribuir com esse cenário de adversidade”, ponderou.

Ficou acordado que a FNP, em parceria com a OAB, irá contribuir com dados a respeito dos valores de precatórios a serem pagos pelos entes ate 2024. O objetivo é contribuir para que a Fazenda possa aprofundar a análise desta matéria, que é complexa.

“Essa luta não pode parar. Todos nós, enquanto municípios, temos que nos comprometer para dar andamento a isso. Existem municípios com dificuldade que necessitam desse tipo de financiamento”, concluiu o prefeito Beto Preto.

Depósitos judiciais
Sobre este tema, Mansueto mencionou que a Fazenda deverá apresentar, no final de outubro deste ano, uma regulamentação para padronizar a classificação contábil das receitas de Depósitos Judiciais para pagamento de precatórios. “Cada estado contabiliza os depósitos de uma forma diferente”, justificou o secretário do Tesouro.

Para a equipe do Banco do Brasil, o secretário de Finanças de Campinas/SP, Tarcísio Cintra, falou sobre o impacto da cobrança da taxa de administração aos municípios que acessam os depósitos. “Acessar os depósitos já configura uma situação de desespero dos municípios e ainda temos que arcar com 0,95% do valor total”, disse.

Segundo o secretário-executivo da FNP, Gilberto Perre, essa taxa, no longo prazo, consome grande parte do capital. “Nós não tínhamos essa percepção”, alegou o diretor de Governo do banco, Enio Ferreira, colocando-se à disposição, junto com a gerente-executiva, Daniela Hora, para reavaliar.

Participaram, ainda, das audiências, o secretário de Fazenda de São Paulo/SP, Caio Megale; o presidente da Comissão de Precatórios do Conselho Federal da OAB, Marco Antonio Innocenti, e o assessor jurídico da FNP, Rúsvel Beltrame.